ermina nesta sexta-feira o prazo dado pela prefeita Emília Corrêa (PL) para que as empresas de ônibus dos grupos Progresso (Viação Progresso, Auto Viação Paraíso e Transporte Tropical) e Modelo (Viação Modelo e Capital Transportes) realizassem melhorias e reestruturações no serviço de transporte público. O que foi feito nesse período e o que esperar daqui para frente?
Nos dois primeiros meses da nova gestão, algumas medidas foram adotadas para viabilizar a recuperação das empresas. A mais significativa foi a liberação do subsídio municipal, que havia sido bloqueado na gestão de Edvaldo Nogueira devido às dívidas trabalhistas dessas operadoras. Apesar das ações movidas contra elas no Ministério Público do Trabalho, Emília decidiu liberar os recursos, com a condição de que parte do valor fosse destinada ao pagamento dos salários atrasados dos funcionários.
Além disso, o subsídio municipal foi aumentado de R$1,00 para R$1,50 por passageiro, como forma de evitar o reajuste da tarifa, que permaneceu em R$4,50.
No âmbito do Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), a principal mudança foi a aprovação do nome de Hector Raul Vilela Coronado para o cargo de diretor executivo, ficando o prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Samuel Carvalho, como vice-diretor.
A escolha de Hector, no entanto, gerou questionamentos. Embora seu currículo no LinkedIn não mencione, ele já atuou como diretor de operações das empresas Modelo e Progresso, deixando esta última no final de 2023. Isso levanta dúvidas sobre sua indicação para a gestão do consórcio. Como alguém que ocupou cargos de alto escalão em duas empresas com graves problemas pode ser responsável por comandar o processo de licitação do transporte público?
No currículo de Honorato consta que seu último trabalho foi na Viação Vera Cruz, do Recife, que também enfrenta problemas de gestão e operação.
No tocante as empresas, pouco foi feito. Na última semana, a divulgação do áudio da filha de um funcionário de uma das empresas do grupo Progresso comoveu a sociedade. No áudio a garota relatava que estava saindo de casa com fome devido ao pai não ter como comprar comida para sua casa por estar com o salário atrasado há 4 meses.
No dia seguinte, houve paralisação dos funcionários da empresa cobrando Adierson Monteiro, diretor do grupo Progresso, regularização do pagamento dos salários. Em vídeo deste encontro, divulgado em nosso Instagram, o empresário afirma que os pagamentos serão regularizados e que novos ônibus estão chegando na empresa, algo que até a presente data não aconteceu.
Já em relação ao grupo Modelo, este promete a entrega de 10 ônibus semi-novos com ar-condicionado nos próximos dias como um sinal de interesse em permanecer operando em Aracaju.
No fim das contas, nenhuma melhoria efetiva para a população aconteceu nos últimos 60 dias. Pelo contrário, a implantação das catracas duplas em várias linhas, especialmente pela empresa Atalaia, além da nova padronização de poltronas – visando atender os requisitos da licitação da gestão de Edvaldo Nogueira – tem incomodado os passageiros e dificultado a vida de trabalhadores e usuários do transporte.
Resta aguardar quais serão as medidas adotadas pela prefeitura de Aracaju para melhoria do transporte público até que a nova licitação prometida para o 2° semestre seja realizada.