Aproximando-se do 1° mês de gestão, várias prefeitos do interior de Sergipe encontram dificulades no começo do mandato devido a falta de recursos nos cofres das prefeituras. São problemas que vão desde falta de pagamento de contratos com empresas prestadoras de serviço, atrasos na folha de pagamento, até dívidas com a Receita Federal.
No caso da prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, Samuel Carvalho, que é um dos casos mais alarmantes, o prefeito Samuel Carvalho (CIDADANIA), revelou que encontrou o município com graves problemas financeiros advindos da gestão anterior do ex-prefeito Padre Inaldo.
Entre as dívidas, há um débito de mais de R$ 650 milhões, que foram acumulados pela última gestão municipal com a Receita Federal, de acordo com o levantamento apresentado. Samuel esteve na última segunda-feira (20) para uma reunião sobre a saúde financeira do município com o Delegado da Receita Federal de Sergipe, André Ricardo Santana Passos.
Samuel afirmou: “Estou aqui para prestar contas, agir com transparência, para mostrar a vocês a verdadeira saúde financeira em que encontramos o município de Socorro. Mas com muita garra, muito trabalho, com uma equipe determinada como a nossa, nós vamos melhorar essa realidade, dando muita entrega ao povo de Socorro”.
Essa não foi a primeira denúncia do prefeito sobre dívidas deixadas pela última gestão. A prefeitura de Socoro também possui um débito de R$ 65 milhões com a Torre, responsável pela coleta de lixo urbano. Somando-se, as dívidas do município aproximam-se do impressionante valor de R$1 bilhão.
Não é apenas Socorro que enfrenta dificuldades financeiras. Em Lagarto, a gestão da prefeita Hilda Ribeiro deixou em caixa apenas R$890 reais para o pagamento da folha dos servidores da Saúde do município. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos de Lagarto (SINDLAGARTO), os servidores não receberam o pagamento referente ao mês de dezembro, que ainda está sendo regularizado pela atual gestão do prefeito Sérgio Reis (PSD).
Sérgio ainda decretou situação de emergência financeira e administrativa por 180 dias.
Outro municipio que decretou estado de emergência por 90 dias foi Aquidabã, onde a prefeita Ana Helena (UB) herdou prédios públicos deteriorados e contratos não apresentados, além de equipamentos da prefeitura danificados. A prefeitra reduziu nesta semana seu próprio salário em 25% como medida de redução de gastos. A decisão vale também para a vice, Tânia de Valter (PP), e os 13 secretários municipais.
Em suas redes sociais, o atual prefeito da cidade de Propriá, Luciano de Menininha (PP) também demonstrou sua insatisfação com a situação de abandono encontrada em escolas do município e veículos, entre eles ônibus escolares, abandonados e sucateados, um legado da gestão do seu adversário e ex-prefeito Valberto Lima.
Outros municípios do interior também enfrentam problemas, como Nossa Senhora das Dores, onde a prefeita Ianna de Dr. Thiago (PSD) denunciou UBS fechadas, veículos inoperantes, salários atrasados e o caixa da prefeitura zerado, legado do ex-prefeito Luiz Mário (Cidadania), e Porto da Folha, onde o prefeito Everton da Saúde (UB) herdou dezenas de veículos, tratores e caminhões abandonados ou sucateados.
Em Aracaju, a prefeita Emília Corrêa enfrentou, logo no 1° dia do seu mandato, problemas devido a falta de pagamento da empresa Torre, responsável pela coleta de lixo na capital. Outras suspeitas de superfaturamento em contratos, como o da maternidade Maternidade Municipal Lourdes Nogueira, firmados na gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) estão sendo investigados pela nova gestão e podem ser alvo de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na câmara de vereadores de Aracaju no retorno das atividades legislativas.
Além de um atestado de incompetência, muitos dos prefeitos que deixaram seus mandatos mostram grande irresponsabilidade com a população, com o dinheiro público e uma falta de respeito com suas próprias histórias, já que serão lembrados pelo que fizeram em suas administrações.